Por G1 – A primeira-ministra britânica, Theresa May, pediu à União Europeia o adiamento do Brexit até 30 de junho. Em discurso no parlamento nesta quarta-feira (20), ela afirmou que não está preparada para atrasar a saída do Reino Unido do bloco além dessa data.
Sem conseguir a aprovação do parlamento britânico para um novo acordo com a União Europeia, May pediu em carta ao presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, para que o Reino Unido não deixe o bloco em 29 de março, como estava inicialmente previsto.
Para prorrogar a permanência no bloco, o pedido precisa ainda da aprovação de todos os 27 países membros. Eles se reunirão em Bruxelas para discussão nesta quinta-feira (20).
Com a extensão do prazo, May espera conseguir conseguir, em uma terceira votação, aprovar um acordo para garantir uma saída ordenada do bloco europeu.
Ela estabelece final de junho como data definitiva da saída para que o Reino Unido não participe das eleições do parlamento europeu, uma das três principais instituições da União Europeia.
Desde o início do ano, a primeira-ministra vem tentando renegociar o acordo do Brexit, mas depois de uma série de conversas com a União Europeia e de duas votações no parlamento britânico não houve consenso.
Tentativas de acordo
A proposta original de acordo proposta por Theresa May foi recusada pelo parlamento britânico em 15 de janeiro, por 432 votos contra e 202 a favor, a maior derrota do governo na história moderna – o recorde anterior era de 1924, com diferença de 166 votos.
Depois disso, o Parlamento aprovou duas emendas ao projeto: uma delas exigindo mudanças no que estava originalmente proposto para a fronteira da Irlanda com a Irlanda do Norte; e outra, consultiva, que “rejeita que o Reino Unido deixe a União Europeia sem um Acordo de Retirada e um Marco para o Futuro Relacionamento”.
A decisão sobre o que fazer com a fronteira física entre a Irlanda (integrante da UE) e a província britânica da Irlanda do Norte (integrante do Reino Unido) é um ponto que emperra a aprovação do acordo. A ideia é que o Brexit não prejudique o frágil Acordo de Paz de 1998 entre as Irlandas.
Em uma segunda votação, no dia 12 de março, uma nova proposta de acordo foi rejeitada. Foram 391 votos contra e 242 a favor.
Um grande desafio após a rejeição do primeiro plano, que já havia sido aprovado em novembro de 2018 pela União Europeia, foi retomar as negociações, já que o bloco se recusava a discutir alterações ao que já havia acordado.