JAGUARÉ: Você sabia que o tabagismo é a principal causa de morte evitável em todo o mundo? Esta informação foi apurada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que constatou que cerca de 4,9 milhões de óbitos anuais (uma média de 10 mil falecimentos diários) são causados pelo consumo de cigarros. Inclusive, também de acordo com a OMS, se o tabagismo permanecer aumentando, até 2030 o número de mortes chegará aos assustadores 10 milhões de casos anuais.
Quando falamos sobre o tabagismo e o câncer, a primeira coisa que nos vêm à cabeça é o câncer de pulmão. Mas, além desta possibilidade, o uso do cigarro aumenta também o risco de outras variações de câncer, como boca, laringe, esôfago e até o câncer de mama.
A cada tragada em um cigarro, aproximadamente 4.700 substâncias tóxicas são inaladas, podendo causar cerca de 50 doenças diferentes, incluindo diversos tipos de câncer. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), em 2018, 428 pessoas morreram a cada dia no Brasil, devido ao tabagismo. Os números inclusive expressam que, no último ano, em média 73.500 pessoas receberam o diagnóstico de câncer por causas relativas ao consumo do cigarro.
Conforme divulgamos no artigo Dia de Combate ao Fumo – cigarro x câncer de mama, de acordo com o Dr. Ricardo Caponero, oncologista, presidente do Conselho Técnico Científico da FEMAMA, a associação do fumo ao câncer de mama ocorre porque muitas substâncias cancerígenas presentes no cigarro são absorvidas pelo organismo e possuem efeito sistêmico. Ou seja, embora o efeito seja maior nas vias respiratórias, pulmões e trato urinário, o efeito nocivo do cigarro atinge todo o organismo.
Mulheres fumantes em tratamento do câncer de mama, mesmo que apresentem chances reais de cura, não excluem a possibilidade de reaparecimento da doença, uma vez que o tabagismo mantém a predisposição para o desenvolvimento de novos tumores primários. Quanto ao tratamento em si, até onde se sabe, o tabagismo não afeta a eficácia dos medicamentos. Porém, pode ocasionar mais efeitos colaterais, principalmente, os cardiovasculares.
Cigarro e a saúde da mulher
Entre os principais motivos responsáveis pelo falecimento de mulheres estão, primeiramente, doenças cardiovasculares (como o acidente vascular encefálico e o infarto agudo do miocárdio), seguidas pelas neoplasias malígnas (mama, colo de útero e pulmão). E o que ambas as causas têm em comum é que nas duas situações o consumo do cigarro pode influenciar no agravamento das situações.
De acordo com a revista Breast Cancer Research, mulheres que fumam têm um risco particularmente maior de contrair câncer de mama, uma vez que o cigarro afeta as vias hormonais durante o desenvolvimento mamário. Inclusive, os pesquisadores pontuam que o risco é ainda maior quando consideramos mulheres que já possuem histórico da doença em sua família.
Por estas razões, nós vamos apresentar para você algumas etapas que podem compor um checklist que vai te ajudar a largar o cigarro. Olha só:
- Desassociar o cigarro de um hábito prazeroso
A pessoa que fuma costuma associar o cigarro a momentos prazerosos, como um potencial escape para situações de estresse e pressão. Por isso, é essencial encontrar alternativas para buscar paz e satisfação pessoal de formas que não incluam o uso do cigarro. Pode parecer difícil no começo e nem sempre os métodos postos em prática são, de fato, alternativas saudáveis (por exemplo: existem casos nos quais as pessoas trocam cigarro por chocolate, que é um tipo de alimento que em excesso pode causar mais mal do que bem).
Por esta razão, nossa sugestão é: pensou em fumar? Levante, faça um alongamento, tome água, converse com alguém que te ajude a se distrair, chupe uma bala. No começo vai ser realmente difícil, mas a longo prazo se tornará cada vez mais natural adotar novas formas.
- Diminuir o consumo gradualmente
Parar abruptamente é uma situação que aumenta o risco da pessoa sucumbir novamente ao cigarro em um momento de estresse. O ideal é parar gradativamente. Diminuir o uso para que então ele possa ser cortado naturalmente do seu dia a dia. Afinal, a nicotina é um estimulante poderoso de dopamina, que consiste em um neurotransmissor associado à sensação de prazer. Desta forma, um dos sintomas da abstinência do cigarro será, certamente, o mau humor. Para evitar que isto torne-se um elemento que dificulte sua vida, é importante estabelecer limites cada vez menores de consumo do cigarro, até que seja mais confortável eliminá-lo de vez.
- Definir uma meta para parar
Considerando o item anterior, a ideia é reduzir cerca de 25% a 30% o consumo diário do cigarro por, mais ou menos, um mês. Após este período, deve ser feita uma nova redução de 50% a 60%. E só então, realizado este processo, é aconselhável definir uma meta com um prazo final, para enfim abandonar de vez o hábito.
- Evitar álcool e cafeína
Ingerir álcool desencadeia uma série de processos químicos que aumentam a vontade de fumar. Se a pessoa sente desejo de fumar ao ver outros fumantes, é melhor evitar o álcool e as áreas abertas de bares e restaurantes, onde o cigarro é permitido. O mesmo acontece com o café: durante o processo de parar de fumar, é recomendável trocar a bebida pura pela versão com leite, e diminuir a quantidade.
- Exercitar-se
A prática de atividade física, além de liberar os mesmos neurotransmissores associados à sensação de bem-estar que a nicotina, é associada a um estilo de vida saudável. Nos momentos em que você sentir vontade de fumar, troque a ideia por um exercício, como uma caminhada, por exemplo. Claro que não é viável se exercitar o dia inteiro, mas manter uma frequência diária já ajuda.
Cuide da sua saúde!
Nós pontuamos algumas sugestões, mas é claro que você pode adaptá-las para colocar em prática de acordo com suas possibilidades e bem-estar. Não importa como será o seu processo, mas sim que você tenha consciência que o cigarro é um inimigo da sua saúde e que o consumo dele pode aumentar os riscos e malefícios causados pelo câncer de mama. Cuide de você. Combata o cigarro da sua vida, ou estimule alguém a fazer isto!