EUA: Os especialistas estão avaliando a possibilidade de criar uma nova categoria na escala Saffir-Simpson, tradicionalmente usada para medir a intensidade dos furacões. A proposta surgiu após o furacão Milton, que ganhou força rapidamente e pode ter ventos superiores a 307 km/h, algo sem precedentes. Atualmente, a escala vai até a categoria 5, que classifica tempestades com ventos acima de 252 km/h.
Em um estudo publicado no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences, cientistas sugeriram a criação da categoria 6 para classificar os furacões mais intensos, que têm se tornado mais frequentes devido ao aquecimento das águas oceânicas, um efeito direto das mudanças climáticas. “O furacão Milton está batendo recordes de velocidade de intensificação e agora levanta a necessidade de repensarmos como classificar essas tempestades, que estão além do que a escala atual cobre”, explicou o meteorologista Arthur Müller.
Furacão Milton pode ser mais destrutivo que Helene
O furacão Milton é considerado potencialmente mais devastador do que o furacão Helene, que atingiu a Flórida e a Carolina do Norte há apenas duas semanas e resultou em mais de 200 mortes. Müller explicou que, além dos ventos extremos, Milton pode trazer chuvas intensas de até 400 mm em algumas regiões da Flórida. “A combinação de ventos de mais de 300 km/h e tempestades severas torna Milton uma das tempestades mais destrutivas que já vimos”, destacou o especialista.
Outro fator preocupante é que, após cruzar a Flórida, o furacão pode ganhar força novamente ao adentrar o Atlântico, já que as águas do oceano também estão aquecidas. Müller ressaltou que a possibilidade de Milton retornar como um furacão ainda mais forte não está descartada, e áreas como as Carolinas e até Nova York podem estar na rota de risco.
Mudanças climáticas e novas categorias de furacões
O rápido fortalecimento de Milton, que foi de categoria 2 para 5 em menos de três horas, é uma demonstração clara dos efeitos das mudanças climáticas. “Estamos vendo sistemas meteorológicos que estão fora de controle”, comentou Müller, enfatizando que o aquecimento das águas oceânicas é o principal combustível para a formação desses “mega furacões”.
A criação de uma nova categoria 6 para furacões é algo que muitos especialistas veem como inevitável, especialmente considerando que o furacão mais forte registrado até agora, Allen, em 1980, atingiu ventos de 305 km/h. Com Milton, os ventos previstos de 307 km/h podem ser um divisor de águas na forma como os furacões são classificados e estudados.
Alerta máximo na Flórida
As autoridades na Flórida emitiram alertas para evacuação obrigatória em várias regiões, à medida que Milton se aproxima da costa. Müller foi enfático ao alertar os residentes: “Esse furacão está em um nível nunca antes visto. Quem estiver na rota de Milton precisa sair da região imediatamente para evitar tragédias.”
Com a chegada iminente de Milton, a preparação e a resposta rápida das autoridades e moradores serão cruciais para minimizar os danos e proteger vidas. A tempestade continua a ser monitorada de perto, enquanto o debate sobre uma nova categoria de furacões ganha força entre a comunidade científica.