BRASIL: A pedagoga Kamila Dias (30), de Pires do Rio (GO) descobriu que estava grávida mas, três meses depois, foi diagnosticada com câncer de mama, do tipo triplo negativo de grau 3, conhecido por ser de rápida progressão. Em entrevista à CRESCER, a mãe contou que o diagnóstico trouxe incertezas. “O choque e o medo foram avassaladores. Eu estava prestes a trazer uma nova vida ao mundo, mas ao mesmo tempo, a minha própria vida estava ameaçada. Foi um momento de desespero, mas também o início de uma jornada onde encontrei uma força que eu nem sabia que possuía.”
Apesar das dificuldades, Kamila encontrou forças para seguir com o tratamento durante a gravidez, sob orientação da equipe médica. A primeira etapa foi a realização de uma mastectomia radical, cirurgia que aconteceu enquanto ela estava com três meses de gestação. “Quando eu acordei da cirurgia, a primeira coisa que eu pensei foi no meu bebê. A gente fez um ultrassom e estava tudo certo”. Em seguida, a mãe contou que passou por dezesseis sessões de quimioterapia, sendo quatro vermelhas — indicadas para pacientes com câncer de mama — e dez brancas — formada por medicamentos que não apresentam nenhuma cor. “Cada sessão era um desafio, mas eu me agarrava à fé e à certeza de que tinha que seguir em frente”.
Quando completou sete meses de gestação, a médica recomendou uma pausa no tratamento. “Eu já estava muito inchada, eu pedi para a minha médica para descansar”. Pouco depois, a pequena Aylin nasceu prematura, de 32 semanas, por parto normal. “Quando eu peguei minha filha nos braços, foi o sentimento de que tudo que eu fiz até o nascimento dela valeu a pena”, relembrou.
Após o nascimento, Kamila descansou por um período e retomou com sessões de quimioterapia. A pedagoga tomou mais duas sessões do tipo branca, e depois, seguiu com o medicamento por um ano, mas por via oral. Hoje, a pequena Aileen completou dois anos e sua mãe se encaminha para a última etapa do tratamento.
“Eu falo que é a última etapa porque agora é a reconstrução [da mama]. A minha médica brinca que a gente começou o tratamento de trás para frente. Como eu estava grávida, nós começamos pela cirurgia, porque seria um procedimento mais rápido e não colocaria nem minha vida e nem a vida do bebê em risco”, explicou a mãe.
Para ela, sua história é um exemplo de superação e uma forma de inspirar outras mulheres a cuidarem de sua saúde. “Mulheres, se toquem, façam seu autoexame, conheçam seu corpo. A qualquer sinal que o seu corpo dê, procure seu médico”, conscientizou. (Agência Brasil)