ES: O Programa Agenda Mulher realizou, nesta sexta-feira (04), o último dia de palestras do “Mais Mulheres na Política Capixaba”, evento que tem o objetivo de inspirar o empoderamento feminino no processo democrático. A partir do dia 15 de setembro, o ciclo se torna itinerante e seguirá uma rota pelo interior do Espirito Santo, realizando palestras com os mesmos temas para as mulheres capixabas.
Organizado pela Vice-Governadoria do Estado, com o painel: Eleições 2020: a mulher candidata, o evento abordou as dificuldades da participação das mulheres no processo democrático diante da desigualdade na distribuição dos recursos financeiros.
Os debates desta sexta-feira giraram em torno de como a oportunidade para as mulheres interfere diretamente na composição política do processo democrático. A presidente da Associação Visibilidade Feminina, Polianna Pereira dos Santos, explicou que a concepção da política como área de atuação masculina é uma construção social.
“E uma formação sócio-histórico-cultural que estamos inseridos. Ainda interpretamos a mulher como aquela responsável pelo espaço privado, ou seja, a organização e gestão do lar. Dentro de um contexto social temos uma construção que parte dessa premissa que existe uma diferença entre o espaço público e espaço privado. Isso cria uma situação de desigualdade”, disse.
A presidente da Comissão Especial de Estudo da Reforma Política da OAB/Federal, Luciana Nepomuceno, detalhou a atuação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em aplicar o percentual de 30% da cota de gênero.
“Sabemos que a ausência de recursos e ausência de visibilidade é um problema recorrente, não decorrente da pandemia em si, mas que atinge frontalmente essas candidaturas. Não podemos falar em processo eleitoral e pensar em candidaturas viáveis, se não injetarmos recursos financeiros e viabilizar tempo de televisão e rádio”, analisou.
Luciana Nepomuceno falou ainda sobre a contribuição dos partidos políticos na efetivação da mulher na política. “O objetivo de se transformar aquela cota de gênero, que na verdade é uma porta meramente formal, que ela se transforme em candidaturas efetivas. Mais uma vez vamos na questão da autonomia partidária e das oligarquias que concentram a grande porcentagem dos recursos públicos para o fomento das candidaturas pertinentes às elites, isto é, aquele grupo que comanda o partido. Deixando, assim, essas mulheres à margem”, afirmou a advogada.
O evento tem parceria com o Secretaria de Economia e Planejamento (SEP); Escola de Serviço Público do Espírito Santo (Esesp); Escola Superior da Procuradoria Geral do Estado do Espírito Santo (ESPGE); Rádio e Televisão Espírito Santo (RTV), Comissão de Direitos Políticos e Eleitorais/Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/ES) e Tribunal Regional Eleitoral (TRE-ES).
O ciclo de palestras está disponível no site da Rede Gazeta, no Facebook da TV Educativa ES, e posteriormente no YouTube da TVE.