VITÓRIA: “Vou fazer as alianças mais amplas que puder”, disse o governador Renato Casagrande (PSB) nesta segunda-feira (11), ao anunciar que irá concorrer à reeleição ao governo do Estado em outubro próximo. Em coletiva à imprensa, ele falou dos desafios enfrentados desde o início do governo, em 2019, citou a tragédia provocada pelas chuvas e a pandemia, e as reflexões antes de tomar a decisão.
Não definiu o nome do vice nem o pré-candidato ao Senado, mas informou que terá mais uma reunião com o PT local para debater a forma como caminharão juntos, o que envolve a retirada do nome do senador Fabiano Contarato da disputa.
O governador destacou que tem bom relacionamento com o PT e confirmou que a direção local do partido fez pleitos no sentido de indicação de nomes para compor na chapa como vice e para o Senado, assunto que, segundo ele, serão definidos nesta terça-feira.
“O Partido dos Trabalhadores tem uma prioridade, que é a eleição de Lula e o PSB se incorporou com o candidato a vice, Geraldo Alckmin. Não temos pressa, se tiver a presença do PT, tem que ser de forma natural, cautelosa, para não termos frustração no decorrer do processo eleitoral. A conversa está muito madura e está sendo muito produtiva”, disse Casagrande.
Questionado sobre nomes para compor a chapa, Casagrande destacou o perfil de um candidato a vice e citou os nomes do presidente estadual do PP, Marcus Vicente, da senadora Rose de Freitas (MDB), e do ex-senador Ricardo Ferraço (PSDB), aliados com quem tem bom relacionamento.
Sobre o debate politico, o governador criticou as notícias falsas e apontou que redes sociais não são territórios sem lei, condenando o clima de agressividade na política. “O ambiente não está normal com relação à segurança e todos temem”, disse, lembrando casos como o de Foz do Iguaçú, no Paraná, ocorrido nesse sábado (9), quando o militante do PT Marcelo Arruda foi assassinado pelo bolsonarista Jorge Guaranho.
Ao responder a uma pergunta sobre o ambiente político nacional, no caso de o presidente Jair Bolsonaro ser derrotado nas eleições, o governador disse acreditar que possa “haver algum princípio de tumulto com violência, sem maiores consequências: “Não vejo ambiente para uma ruptura institucional com o apoio popular”, pontuou.
‘Falsas narrativas’
Ao fazer um balanço da gestão, Casagrande destacou o debate como prática da boa política e relatou ter enfrentado período de turbulências no comportamento de muitas pessoas durante a pandemia da Covid-19, que não davam importância ao isolamento social e às medidas médico-sanitárias para conter o avanço da doença.
“Enfrentamos instabilidade e narrativas falsas com muito equilíbrio, em momentos para enfrentar algumas pessoas desequilibradas, paciência para pessoas impacientes e, também, muita eficiência para responder às pessoas que estavam com um nível de exigência grande, porque tinham medo, de fato, daquilo que poderia vir a acontecer na pandemia”, disse.
Hoje, para o governador, “o tom da política precisa de atenção” e destacou que essa postura gerou resultados e o estado apresenta níveis de investimentos elevados, gerou 54 mil empregos em 2021 e neste ano já chega a 30 mil empregos. “As medidas tomadas lá atrás repercutem, efetivamente, em termos de resultados, mostrando que estamos no caminho certo”.
Casagrande enfatizou “o desejo de desconsiderar, a não ser aquelas ações que a gente tem que ir à Justiça, os poucos que querem só brigar no processo político e da administração pública”. Esse comportamento, aponta, deixou o Estado mais sólido, embora ainda existam desafios.
“Considerando todo o conhecimento que eu tenho desse Estado, toda a capacidade de diálogo, de me relacionar com quem pensa diferente, é que me coloco hoje na responsabilidade de assumir a pré-candidatura ao governo do Estado”, comentou, acrescentando que ainda tem muito a fazer no cargo.