JAGUARÉ: Nesta Semana Santa para os cristãos católicos o Jornal O Conilon traz uma entrevista com o Pároco da Paróquia de São Cipriano, Pe. Belmiro Ohnezorge. Na mensagem o sacerdote destaca as principais características da festividade e a importância dos fieis a viverem em oração.
Até à chamamos de a Grande Semana. A Semana da Dor, do Sofrimento. Paixão Morte e Ressureição de Jesus. É a centralidade da fé cristã expressa neste mistério.
Semana esta introduzida pelo Domingos de Ramos, com a entrada de Jesus em Jerusalém, festiva, mas consequência da morte de Jesus na sexta-feira. Então os que aplaudiram no domingo, na sexta o mataram. Isso porque queriam um grande Rei, que fosse forte e dominador. Ele não veio forte e dominador. Veio servo, logo não agradou e veio dizimação do mesmo.
A Quinta-feira Santa, a Sexta-feira Santa e o Sábado de Aleluia chamamos de Tríduo Pascal. É a missa que começa com o lava-pés, com o foco principal na instituição da Eucaristia. Também a instituição do Sacerdócio. Não há o Sacerdócio sem a Eucaristia e não há Eucaristia sem Sacerdócio.
Uma missa esta precedida da Missa dos Santos Óleos, que ocorreu na terça-feira, com a benção do Óleo dos Enfermos, dos Catecúmenos e do Crisma, missa em que se dá a renovação dos votos sacerdotais.
A Sexta-feira Santa, é o silêncio. Um dia sem sacramentos, nem mesmo uma confissão. A Celebração da Paixão, às quinze horas, um único dia em que não temos o Sacrifício Eucarístico. Um dia de silencio marcado por um dos Mandamentos da Igreja, de abster-se de carne. É o sofrimento e morte de Jesus.
Um dia de extremo silencio, onde em minha experiência espiritual até me estranha que alguém passe pela rua de vidros abertos e com um certo tipo de musica extremamente mundana,e fora daquilo que se celebra. Dói os ouvidos e sinto como se Jesus chora.
Não há um respeito, mas algo como um desafeto a este Deus que é essencialmente misericórdia.
No sábado temos a Vigília da Pascoa, uma grande celebração. Desde quinta até o sábado, quando temos a benção solene do Tríduo Pascoal. Digo que quem perde a celebração da quinta, da sexta, ou do sábado, deu uma aleijada no Tríduo, perde este todo litúrgico.
No Sábado Santo, temos a Benção do Fogo Novo. Temos o batizado dos catecúmenos. O Sacrário que volta ser fechado, deixa de ficar vazio. Ocorre também a Renovação das nossas Promessas Batismais, onde cada cristão é convidado a mergulhar a própria vida nas águas do Jordão do Batismo. Voltando ao modelo de vida cristão que se propôs um dia, pelos pais padrinhos quando criança, e no Crisma quando já adulto.
E no Domingo temos a grande Ressureição. Temos a celebração de madrugada e digo que esta poderia ser melhor abraçada e acontecer de forma mais abrangente. Já ás cinco da manhã a praça toda poderia estar cheia. Uma missa da Santa Clara, Santa Catarina, Santo Agostinho, São Valentim, Sagrada Família uma missa das comunidades da Cidades, e não uma missa da Matriz. Uma exclusividade da Matriz.
Na Vigília já celebramos festivamente. Os sinos já voltaram a bater e agora as imagens são desnudadas. O Aleluia ecoa durante a madrugada é para dizer que Ele vive, o sepulcro está vazio. Ele está vivo no meio de nós.
Gosto de ressaltar que o itinerário espiritual quaresmal nos encaminha para celebrar festivamente, e de forma extremamente espiritualizada, a Páscoa. É a vida nova que vem revelada no seu Filho Amado. É o ‘Deus de amor jamais de descuidou, em seu vigor, Jesus Ressuscitou’. É a prova máxima do amor de Deus para com o ser humano, quando não deixa seu Filho Amado a mercê da morte, mas Ressuscitado e com Vida Plena ao lado de Deus.
Celebrar a Páscoa é celebrar esta vida nova, é celebrar este amor de Deus que está plenamente entre nós quando da ressureição de Seu Filho.
Se pudéssemos resumir o Tríduo em três palavras teríamos, na Quinta-feira Santa temos a Páscoa da Eucaristia. Na Sexta-feira Santa temos a Páscoa da Paixão, e na Vigília Pascoal temos a Páscoa da Ressurreição.
Para finalizar, quero falar da festividade materializada. Em tempos passados tínhamos o Baile de Aleluia… o que não elimina o encontro das famílias, que podem transformar os seus encontros em grandes Bailes de Aleluia. Celebrar de forma materializada é bom e precisamos disso. mas com cuidados para não ficarmos apenas nisso.
Que todos tenhamos sinceros e fortes momentos de oração e que realmente vivamos um Tríduo Pascoal, com as bênçãos do Pai, Filho e Espírito Santo.