ES: Os olhos ficam avermelhados, coçam, lacrimejam. Podem ficar completamente grudados ao amanhecer. Sinais clássicos de uma conjuntivite, uma doença bem comum nesta época do ano, que se espalha rapidamente, atingindo crianças e adultos.
Mas como se pega isso? Geralmente, basta ter contato com a secreção ou com objetos contaminados, como um garfo, um lençol, uma toalha de rosto. “O fator de risco mais comum é colocar as mãos sujas e contaminadas nos olhos. Por isso a importância da higiene das mãos”, afirma a oftalmopediatra Hanna Teodoro.
Apesar de causar um grande incômodo, a conjuntivite não costuma ter maiores consequências. “Ela geralmente começa em um olho e, em 50% dos casos ataca o outro olho, podendo durar de uma a duas semanas. Não costuma deixar sequelas, mas há exceções”, diz a médica.
Todo ano se tem notícia de surtos da doença. “No verão, geralmente, há surtos epidêmicos no país, as pessoas se relacionam mais, tem praia, piscina… O que gera um aumento nos casos”, comenta o oftalmologista Thiago Cabral.
As conjuntivites mais comuns, segundo ele, são as virais. Essas que aparecem na creche ou que afetam a maioria de uma mesma família.
Foi assim na casa da médica Carolina Rocio, 36 anos, cerca de duas semanas atrás. Ela pegou conjuntivite, e quem herdou o problema foi a filha caçula, a Sofia, de 1 ano e 9 meses.
“Eu abri um quadro de conjuntivite e pouco tempo depois minha filha começou a apresentar os sintomas. O olho estava com uma secreção mais espessa, coçando muito. Fiquei preocupada com ela. Não sei em que momento houve a transmissão, pois quando percebi a secreção nos meus olhos também intensifiquei os cuidados. Mas é uma doença muito infecciosa. E um bebê dessa idade ainda requer muito colo e um contato muito próximo. É difícil mesmo evitar”, conta ela.
Cuidados
Com os cuidados certos, Carolina evitou que a doença continuasse atacando. “Devido à intensificação nos cuidados aqui em casa, nem meu marido nem minha filha de 4 anos contraíram. Também ao primeiro sinal de que a Sofia tinha pego, já não a enviei para creche. Graças a Deus ninguém mais da classe dela pegou”.
Basicamente, a mãe da menina ficou de olho nas mãozinhas dela. “Procurei lavar sempre com água e sabão ou passar o álcool em gel. Também separei a toalha dela e objetos de uso frequente. Outro cuidado que tive foi trocar a fronha do travesseiro dela para tentar evitar a contaminação do outro olho”, relata Carolina.
Surtos
Provavelmente, as duas tiveram a conjuntivite viral, a mais típica nos casos de surtos em escolas, de acordo com Thiago Cabral. Há ainda casos provocados por bactérias e também as conjuntivites alérgicas, que não são contagiosas.
E as medidas adotadas foram corretas. “Quem tem conjuntivite não pode ir para a escola ou para o trabalho. O período de transmissão é de cinco a dez dias depois que o problema se instala”, orienta o médico.
De acordo com Hanna o diagnóstico precoce e o tratamento também são importantes para proteger o resto da família de contrair a conjuntivite.
O tratamento não é complicado. “É mais paliativo, com a limpeza dos olhos, colírio lubrificante. Compressas geladas ajudam a reduzir o desconforto. No mais, é paciência. Pode se perpetuar por mais de 15 dias. Por isso é bom, desde o início, procurar um oftalmologista para examinar o caso”, alerta Cabral. (Gazetaon-line)