ES: Após nascimentos prematuros, poder retornar ao Hospital Estadual Infantil e Maternidade Alzir Bernardino Alves (Himaba), em Vila Velha, com os bebês saudáveis no colo e participar da oitava edição da festa da Família Canguru emocionou algumas famílias nesta quinta-feira (28). O evento, que aconteceu no refeitório da unidade, foi realizado pelo Grupo de Trabalho de Humanização (GTH) que atua no Himaba.
Novembro é considerado o mês Internacional de Conscientização para a Prematuridade e por isso o hospital reúne as famílias das crianças que nasceram prematuras no Himaba e funcionários da instituição. Uma das mamães que fizeram questão de participar foi Rosangela Dias Amaral, que exibia orgulhosa no Canguru a pequena Eloah. A bebê nasceu com 25 semanas, pouco mais de 700 gramas de peso e ficou mais de quatro meses entre internação e acompanhamento.
“O Caguru é fundamental para esse contato com a mãe, incentiva a criança a ganhar peso, ela se sente mais segura com o aconchego da mãe, então acaba que ela consegue mamar com mais facilidade e ganha peso. Não é fácil, mas a gente luta pelo bem-estar do filho. Os profissionais daqui do Himaba me ajudaram muito e sempre estão auxiliando as mãezinhas, eles foram essenciais para mim e para minha filha”, contou Rosangela Dias.
O Himaba é referência no tratamento de complicações e no atendimento do bebê prematuro no Espírito Santo. Na Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal (Utin), que conta com 30 leitos, existe uma ala, com seis leitos, especialmente preparada para receber e dar o atendimento adequado a esses pequenos, além de realizar outras terapias como o Método Canguru.
Para a pediatra e responsável técnica pelo Banco de Leite do Hospital Infantil de Vila Velha, Angélica Carvalho, a festa é um momento de união e confraternização entre as famílias que se envolvem nesse cuidado do prematuro e a equipe multiprofissional. “Todos se sentem presenteados quando veem o resultado final desse trabalho. Poder ver a Eloah, hoje com seis meses de vida, mamando exclusivamente no peito, com um desenvolvimento neurológico maravilhoso, a gente tem consciência que a humanização no cuidado do prematuro é que vai aumentar a chance de termos esses resultados positivos”, explicou a médica.
Emocionada, a pediatra falou sobre o encorajamento proporcionado pela festa. “Comemorar o mês do prematuro, junto com as famílias é um incentivo para o profissional que está diretamente ligado a esse trabalho e uma maneira da gente compartilhar essa alegra com as famílias que passaram por tantos momentos de dificuldade. É um presente para todo mundo”.
Canguru
O Método é uma norma de atenção humanizada voltada ao recém-nascido prematuro com menos de 37 semanas e baixo peso (menos de 2,5Kg) que busca deixar a criança em contato direto (pele a pele) com a mãe, na posição canguru, para estimular o aleitamento materno e o vínculo afetivo, além de evitar infecções, diminuindo o tempo de internação.
A técnica acontece em três etapas. A primeira ocorre com o acompanhamento do bebê pela mãe, dentro da Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal (Utin), quando a criança deve perceber sua presença a cada momento, por meio do toque, que transmite calor, carinho, conforto e segurança.
A segunda etapa ocorre na enfermaria, para onde as crianças com baixo peso podem ir após um período na Utin, ou mesmo após o nascimento. Nesta etapa, o bebê permanece de maneira contínua com sua mãe e a posição canguru, em que a criança fica na vertical, é realizada pelo maior tempo possível, evitando refluxo, menos risco de sufocamento e de parada da respiração durante o sono. Para isto, são utilizadas faixas facilitadoras para esta postura. Esse período funciona como um estágio pré-alta hospitalar.
Após a alta médica, a terceira etapa caracteriza-se pelo acompanhamento da criança e da família no ambulatório até atingir o peso de 2,5 kg. O trabalho é feito com o suporte de equipes treinadas e conscientes de sua importância. (Secom-ES)