ES: Também participando da celebração da 30ª Festa do Produtor Rural de Jaguaré – 5ª Feira de Negócios, o vice-governador Ricardo Ferraço concedeu uma entrevista ao Portal O Conilon avaliando a importância da Agricultura Capixaba e uma mensagem para nossos Produtores Rurais, acompanhe:
PORTAL O CONILON: Como é acompanhar os avanços da Agricultura Capixaba, desde suas infância em Cachoeiro de Itapemirim, e nestes mais de 40 anos de vida púbica?
RICARDO FERRAÇO: É gratificante presenciar, participar e contribuir com essa evolução. Lá atrás o dia a dia no campo era muito rudimentar, com pouca informação e trabalho basicamente braçal. Hoje em dia as lavouras já contam com acompanhamento por drones, sistemas precisos de condução e de manejo para minimizar ao máximo os riscos, ampliar a produtividade e favorecer a produção e o meio ambiente. O que não existia, não para de evoluir. Pesquisa e ciência, insumos e maquinários modernos, políticas agrícolas, crédito, etc…. Uma realidade que proporciona resultados inimagináveis naquela época. A evolução é fantástica, com o Agro sendo responsável atualmente por 30% do Produto Interno Bruto (PIB) do Espírito Santo. Há 40 anos, basicamente, só havia a cafeicultura com produção comercial e hoje em dia são cerca de 100 atividades com valor bruto que supera R$ 17 bilhões (2021).
PORTAL O CONILON: Há exatos 20 anos, a frente da SEAG foi reformulada as formas de atuação junto aos produtores rurais. Quais principais avanços daquele período que ainda influenciam na vida dos capixabas.
É importante destacar que o trabalho sempre foi coletivo. Colocamos em prática uma série de ações e atividades, envolvendo planejamento e organização do setor e deixando claro que o sistema público agrícola do Espírito Santo era e é parceiro dos produtores rurais. Colocamos de pé o primeiro PEDEAG, que norteou o rumo da agropecuária e da agricultura familiar capixaba e o legado está com o produtor rural capixaba. Agora em 2023 o PEDEAG chega na quarta versão. De 2004 pra cá o Incaper lançou sete variedades de café, variedades de banana, abacaxi e mamão, diversas tecnologias para aumentar o potencial das lavouras, menor pressão sobre os recursos naturais, etc…. É só pesquisar como era e como estamos.
A agricultura é um negócio a céu aberto, com muitos riscos, suscetível às intempéries climáticas. E o produtor rural, principalmente o de base familiar, tem necessidade de apoio e atenção especiais. Governo do Estado, prefeituras e instituições têm essa missão. Olhando para a infraestrutura no rural, idealizamos o Caminhos do Campo. A pavimentação de estradas no interior favorece o ir e vir das pessoas, a compra de insumos e o escoamento da produção. Logo após vieram os programas de telefonia fixa e móvel, com internet, o de ampliação da eletrificação e os grandes investimentos em equipamentos, máquinas e veículos. São conquistas e avanços que têm capacidade significativa de melhorar a qualidade de vida e aumentar a renda e as oportunidades no rural capixaba.
PORTAL O CONILON: Também foi de vossa Excelência o projeto de abertura da colheita do Café Conilon. Como é retornar à Jaguaré para o mesmo evento, tantos anos depois?
RICARDO FERRAÇO: Esse é um período chave do ano, de comemoração e que alerta o cafeicultor da época mais indicada para iniciar a colheita, quando os grãos atingem um período de maturação adequado para garantir maior qualidade da produção e rentabilidade ao produtor. O evento celebra e propaga tudo de bom que há à disposição de quem empreende na atividade. A cafeicultura é uma das principais atividades geradoras de emprego, renda, estabilidade social e prosperidade na maioria dos municípios capixabas e para muitos deles, é a principal.
O meio Norte capixaba respira Conilon e Jaguaré é um desses expoentes. É muito justo que tenha reconhecimento e retorno por todo esforço existente ao longo dos anos. Sempre é muito gratificante acompanhar os resultados alcançado em Jaguaré. O evento da abertura da colheita foi um sucesso, mais uma vez.
PORTAL O CONILON: Hoje como vice-governador, quais os principais desafios para o Estado do Espírito Santo, especialmente a agricultura capixaba?
RICARDO FERRAÇO: Agregar valor à produção. O Espírito Santo possui destaque e reconhecimento no cultivo e na exportação de diversos produtos. Café, frutas, gengibre, pimenta, etc…. Mas é preciso ampliar o processamento, transformar a matéria prima abundante e de qualidade em produtos com valor agregado. Empreendedores de outros estados e até países já enxergam o Espírito Santo como oportunidade. Plantas industriais robustas estão se instalando em território capixaba. Investimentos com valores substanciais em fábricas de processamento.
Agora mesmo no final de junho estivemos em Londrina, a capital do Agro paranaense, para falar sobre o potencial do Espírito Santo. Recentemente a empresa Cacique, que é da região, veio para nosso estado e se instalou em Linhares. A gigante Coffe é outra que está finalizando a construção de fábrica no mesmo município. Planta industrial que vai comprar do cafeicultor capixaba, processar e vender produto com valor agregado. Esse é o rumo sem volta que temos que seguir.
PORTAL O CONILON: Como o Produtor Capixaba, especialmente do Café Conilon, deve ver seu trabalho, seu produto?
RICARDO FERRAÇO:Como um produto de prateleira, de qualidade para conquistar a agradar o consumidor final em qualquer canto do Espírito Santo, do Brasil e do planeta. Produto de qualidade e que respeita o meio ambiente tem mercado, é buscado e desejado. O Conilon é a cara do nosso Estado, está em nossas raízes. Esse é um dos motivos que as empresas estão vindo para cá. Recomendações e tecnologias de produção para atingir qualidade estão disponíveis um todos os municípios produtores. É de fácil acesso, principalmente com o nosso Incaper.
PORTAL O CONILON: Qual a mensagem que fica aos Produtores Rurais de Jaguaré nesta 30ª Festa do Produtor Rural de Jaguaré – 5ª Feira de Negócios.
RICARDO FERRAÇO:Empreendam, com muito empenho e equilíbrio e contem com o apoio do Governo do Estado e das instituições para seguirem evoluindo e aproveitem esse o período de comemoração em família, o que realmente importa.