ES: O Governo do Estado, por meio da Secretaria da Cultura (Secult), reabriu, na tarde desta quinta-feira (03), o Museu de Arte do Espírito Santo Dionísio Del Santo (MAES). Após quatro anos de reformas, o Museu conta agora com mais acessibilidade, incluindo banheiro acessível e elevador. A reabertura teve a presença do governador do Estado, Renato Casagrande, acompanhado da primeira-dama Maria Virgínia Casagrande, entre outras autoridades. O evento marcou a abertura da exposição “VIX Estórias Capixabas”, que reúne obras de 25 artistas locais, nacionais e internacionais contemporâneos e que se relacionam com as obras de Elpídio Malaquias (1919-1999) e Dionísio Del Santo (1925-1999).
O MAES recebeu obras de adequação da Reserva Técnica, com climatização e equipamentos para melhor armazenar o acervo do Museu; ampliou a área expositiva e criou espaços de convivência que se somam às exposições e ações educativas. Além disso, a biblioteca do Museu foi reestruturada. O acervo de mais de três mil livros é um dos maiores de arte no Estado.
“Reabrir o Museu de Arte do Espírito Santo é importantíssimo, pois ficou quatro anos fechado. E o Centro da cidade é um ambiente que precisa de atividade cultural. O MAES é um prédio histórico de 1925, que estava fechado e há 22 anos se tornou um museu. Temos aqui uma exposição maravilhosa de vários artistas, valorizando a cultura capixaba e também o legado de Elpídio Malaquias e Dionísio Del Santo. É muito importante valorizar a cultura nesta época tão difícil”, afirmou o governador.
Casagrande também falou sobre a reabertura do espaço cultural em meio à pandemia do novo Coronavírus (Covid-19). “Muitos se afastaram por conta do isolamento social, mas com o respeito aos protocolos, estamos fazendo um trabalho de convivência com a pandemia. Se alimentar de cultura faz parte da nossa personalidade. A abertura do museu é uma maneira que temos de revitalizar o Centro, que irá receber os artistas, professores, alunos e visitantes”, pontuou.
O secretário de Estado da Cultura, Fabricio Noronha, celebrou a reabertura e destacou a exposição. “A reabertura do Museu de Arte do Espírito Santo é uma boa notícia depois de um ano tão difícil. O espaço é um dos mais queridos aqui do Espírito Santo. A exposição de reabertura ‘VIX Estórias Capixabas’ marca os 22 anos do MAES e vai contar com um extenso programa de arte e educação on-line, em parceria com a TVE, ampliando o alcance dos conceitos e dos debates dessas obras”, disse.
A diretora do Museu de Arte do Espírito Santo, Ana Luiza Bringuente, salientou que “a exposição é importantíssima para o momento histórico que estamos vivendo”. Ela destaca a inventividade da curadoria e comenta que a reforma buscou uma aproximação conceitual do museu com o público. “As janelas que antes construíam um grande cubo branco, que geralmente os espaços comportam, estão destampadas. Pensando numa forma conceitual de aproximação, existe apenas um quebra-luz agora, de maneira que o museu esteja mais integrado com o seu entorno”, comentou.
Exposição
Para o curador Julio Martins, a exposição “VIX Estórias Capixabas” reinaugura o MAES após reforma arquitetônica que o tornou permeável à paisagem do Centro e à luz natural que agora invadem seu espaço expositivo, além de celebrar 22 anos do museu com reflexões acerca da produção contemporânea e da historiografia da arte locais.
“Talvez uma noção ampliada de ‘experimental’ qualifique como Elpídio Malaquias desenvolveu seu trabalho, absolutamente alheio ao circuito de arte, bem como a trajetória de Dionísio Del Santo, patrono do MAES. Os dois artistas motivam esta exposição e reúnem em torno de suas poéticas convidados de diversas gerações capixabas e de outras localidades”, frisou Julio Martins.
O curador conceitua, em seu texto de apresentação, que as obras de Gabriel Borem, Gui Castor, Julio Tigre, Kevin Simón, Marcone Moreira, MV, Rafael Pagatini e Rosana Paste aproximam do autodidata artista Elpídio Malaquias, “cujas pinturas e desenhos elaboram visões íntimas e arquetípicas que descrevem o mundo com admirável encantamento, simplicidade e em idioma próprio”.
Já os trabalhos de Aýla Lourenço, Castiel Vitorino, Cinthia Marcelle, Cristiano Lenhardt, Elisa Queiroz, Fabio Morais, Felipe Barbosa, Hilal Sami Hilal, Manuel Carvalho, Maurício Salgueiro, Pablo Lobato, Paulo Climachauska, Rick Rodrigues, Rosindo Torres e Rubiane Maia, segundo o curador, se aproximam de Dionísio Del Santo. Martins explica que os artistas “também lidam com o vocabulário geométrico de maneira bastante livre e valorizando elementos sensíveis, em ressonância afetiva com procedimentos e concepções inventados por Dionísio Del Santo no campo da gravura”.