EUA: Após dominar o cinema com a maior bilheteria do mundo, a Marvel, que completa 80 anos neste ano, irá comemorar o aniversário com uma edição especial nunca vista antes. Marvel #1000 (número meramente simbólico) chegou às bancas americanas nesta segunda-feira (26) e é a celebração máxima dos quadrinhos da Marvel. A HQ conta com 80 páginas e 80 equipes criativas. Dessa forma, cada página da revista contará 1 ano da editora que passou por altos e baixos durante todo esse tempo.
CB Cebulski, o editor chefe da editora falou que esse é o projeto mais ambicioso da casa das ideias, pois, a revista é supervisionada pelo atual escritor do Hulk Al Ewing e traz nomes grandes dos quadrinhos como Tim Sale, Jeph Loeb, Jason Aaron, Dan Slott, Peter David, Chris Claremont e muitos outros. Nomes que marcaram a Marvel com suas histórias.
A comemoração não fica apenas na revista. No site oficial e em seus canais nas redes sociais, a editora está produzindo conteúdos relembrando esta história. Alguns vídeos mostram as histórias de personagens, ano em que a revista foi publicada e curiosidades.
As comemorações seguem com anúncios de um parque na Disney e séries de TV. O Avengers Campus será uma área temática dedicada aos Vingadores, que abrirá suas portas em 2020, no Disney Califórnia Adventure, em Anaheim.
Já as produções para o streaming foram anunciadas na D23 Expo, convenção de fãs da Disney. Entre elas estão Moon Knight, She-Hulk e Ms. Marvel, que devem sair para o Disney+ e estarão disponíveis na América Latina a partir de 2020. Para o cinema, foram anunciados os filmes “Viúva Negra”, “Doutor Estranho – No Multiverso da Loucura”, “Thor: Amor e Trovão”, “Pantera Negra 2” e “Eternals”.
HISTÓRIA
Criada em 1939 por Martin Goodman e originalmente nomeada como Timely Publications, a editora começou com heróis não muito conhecidos do grande público. Personagens como Tocha Humana (não confundir com o Tocha do “O Quarteto Fantástico”) e Namor fizeram sua estreia na revista Marvel Comics número 1. A edição foi um sucesso de vendas e a empresa passou a crescer. Então, Goodman resolveu contratar seu primo de 17 anos, Stanley Martin Lieber, que futuramente seria conhecido como Stan Lee, como uma espécie de faz tudo.
Em 1941, a Timely Comics lançou “Capitão América #1”. A revista foi marcante nos quadrinhos pois a capa da HQ tinha o herói (em plena segunda guerra) dando um soco na cara do Hitler.
Nos anos 1950, com o fim da Segunda Guerra e início do terror nuclear, as vendas despencaram, isso obrigou a empresa a aposentar o Capitão América. Nesta época, para tentar melhorar a imagem da empresa com o público, a Timely mudou o nome para Atlas Comics, que acabou não dando muito certo.
Enquanto isso, na DC Comics, a Liga da Justiça era um sucesso de vendas. Vendo esse cenário, Lieber – que escrevia alguns títulos na Atlas – resolveu criar um grupo de heróis. Então ele, assinando a revista com o famoso nome Stan Lee, criou juntamente com Jack Kirby a primeira família da Marvel, o “Quarteto Fantástico”.
A equipe foi um sucesso estrondoso e definiu muito a temática que seria trabalhada nas revistas da editora. A partir de então, os heróis teriam também problemas reais. Como o próprio Stan Lee dizia: “antes de serem super heróis, seriam super humanos”. Nessa onda, ele criou outros grandes heróis da editora, como Hulk, Demolidor, Homem-Aranha e o primeiro herói negro, o Pantera Negra.
MARVEL COMICS
Com todas essas mudanças e esses novos personagens o diretor da Atlas resolveu renomear mais uma vez a empresa. Rebatizando-a com o nome da primeira revista da editora, Marvel Comics foi o nome que os fãs abraçaram e acabou perdurando até os dias de hoje.
Em 1966, foi lançado o primeiro programa de TV da Marvel: “The Marvel Super Heroes”. O desenho foi ao ar para competir com o desenho da Liga da Justiça, “Os Super Amigos”. Nos anos seguintes, saíram séries como a do Quarteto Fantástico e a clássica série do Homem-Aranha, sucesso até hoje por causa de memes.
Em 1996, as vendas caíram novamente, desenhistas saíram da empresa por causa dos salários baixos, e a Marvel acabou declarando falência. Isso a levou a vender os direitos de adaptação de seus personagens a preço de banana para outros estúdios, pois eles achavam que isso ajudaria a vender mais quadrinhos.
No final dos anos 1990, os estúdios como a Fox e a Sony começaram a lançar filmes baseados nesses heróis e assim estreou Blade (1997), X-Men (2000) e Homem-Aranha (2002). Com esse recomeço dos personagens da editora, a Marvel resolveu lançar um novo selo de quadrinhos, fora da cronologia. “Ultimate”, recomeçava a linha do tempo e vinha com o objetivo de atrair novos leitores.
Em 2008, a editora, juntamente com a Paramount Pictures, resolveu lançar seu primeiro filme original: “Homem de Ferro”. Interpretado por Robert Downey Jr., esse longa simbolizou o início do Universo Cinematográfico da Marvel (MCU). Foi um sucesso estrondoso que culminou com a conclusão dessa década de filmes em “Vingadores Ultimato”, a maior bilheteria do mundo.
Não se esquecendo dos quadrinhos, em 2013 chegou às bancas a HQ “Alias” que, além de ser a HQ de estreia da Jessica Jones, também inaugurou o selo de histórias adultas, a “Marvel MAX”. As histórias que possuíam esse selo, trabalhavam com violência e sexualidade, além de outros temas pesados para a cronologia normal das HQs da editora.
Recentemente a casa das ideias está retornando às origens. Com a iniciativa Marvel Legacy, as revistas passaram a trazer o espírito original das HQs, as histórias e os heróis retornaram a essência que definia a editora. Isso foi marcado com o retorno do “Quarteto Fantástico”, a volta do Wolverine, o Thor sendo novamente digno do Mjolnir. Assim, a Marvel continua firme e forte também nos quadrinhos, contando não só boas aventuras, mas histórias que representam a sociedade em que vivemos. (Gazetaon-line)