ES: O Museu do Colono acaba de lançar o projeto “Suas Memórias no Museu do Colono”, com o objetivo de sensibilizar a comunidade leopoldinense e incentivá-la a colaborar com a preservação da história do município e, consequentemente, de suas próprias histórias familiares, por meio do empréstimo de fotografias e documentos antigos.
Todas as fotografias e documentos serão recebidos pelos profissionais do Museu do Colono, entre os dias 20 de novembro e 20 de dezembro. Os documentos podem ser cartas, passaportes, títulos, recibos, jornais, cartazes, diários, livros de receitas, convites ou qualquer outro item que registre o passado da região e de seus moradores. Pelas mãos da equipe técnica, o conteúdo passará por higienização preventiva, catalogação e digitalização, respeitando todos os preceitos de conservação.
Com esses empréstimos, será possível ampliar o acervo digital do Museu do Colono, fortalecendo as ações de resgate, preservação e valorização da memória coletiva da sociedade local. Isso vai potencializar a narrativa em torno do museu como sendo um espaço de memória, abrindo não apenas as portas de seu espaço físico à comunidade, para aproximá-la de sua história, mas também estendendo seu alcance para além das fronteiras regionais a partir das mídias digitais.
“O projeto surgiu da necessidade que sentimos de dar voz aos grupos formadores da história leopoldinense que, de alguma forma, ainda não estão representados no museu. Assim, poderemos ampliar o acervo e a oferta de fontes sobre nossa história”, afirma a historiadora e museóloga Ana Motta, diretora do Museu do Colono.
Além disso, segundo ela, o projeto foi motivado também pela importância de se conhecer e preservar memórias do município hoje restritas a coleções particulares de famílias locais, convertendo essas coleções privadas em patrimônio público, para formar um riquíssimo acervo acessível como fonte de pesquisa e informação, difundindo todo esse conteúdo para a sociedade em prol da construção e transmissão do conhecimento.
“Esse é um projeto piloto. Por isso estamos realizando de forma mais breve. A ideia é, com base nele, fazer uma análise de cenário quanto ao envolvimento da comunidade nesse primeiro momento. Isso vai nos ajudar a reestruturar o projeto, caso necessário, a fim de ampliá-lo em 2024”, acrescenta Ana Motta.
Como funciona
Para que os empréstimos ocorram, inicialmente é necessário realizar uma reunião com a museóloga responsável pelo espaço, ocasião em que o material será analisado quanto às suas informações, à datação, ao estado de conservação e à temática, além de outros dados importantes para sua apresentação e aproveitamento. É necessário, ainda, a assinatura de um termo de responsabilidade e cessão de direitos.
Os principais critérios a serem levados em conta para a seleção do que será, efetivamente digitalizado e incorporado ao acervo do Museu do Colono são: a antiguidade do material, o estado de preservação (é importante que esteja em boas condições) e a relevância temática dentro do contexto da história de Santa Leopoldina e, de modo geral, do Espírito Santo. A avaliação também vai considerar conteúdos sensíveis – como imagens de nudez, entre outros – que não estejam adequados à proposta do projeto.
Além disso, o tempo em que esses materiais ficarão sob guarda do Museu do Colono dependerá da quantidade de itens e do estado de preservação de cada um deles. “Contudo, não ultrapassará 45 dias”, ressalta a diretora do espaço.
Para digitalização dos itens será utilizado um scanner planetário, equipamento de alta performance que digitaliza documentos históricos de forma rápida e com qualidade, sem comprimir fisicamente as peças originais nem expô-las às radiações ultravioleta e infravermelha.
Os arquivos digitais produzidos pelo projeto passarão a integrar o acervo do Museu do Colono, podendo compor também o repositório da Midiateca Capixaba, ou até mesmo serem reproduzidos para uso em exposições e publicações do Governo do Estado do Espírito Santo, por meio da Secretaria da Cultura (Secult-ES), de acordo com a disponibilidade legal de cada um desses itens.
Em relação à atribuição de créditos ou reconhecimento dos proprietários dos documentos e das fotografias, independentemente da cessão dos direitos (no ato da assinatura do termo) e de possíveis conteúdos em domínio público, todo o material passará por catalogação. Por meio desse processo, serão recolhidos metadados não apenas sobre o proprietário atual, mas também de seus autores, bem como das pessoas, lugares e cenas que representam. “De resto, os créditos serão atribuídos da mesma forma como já é feito com qualquer outra obra de arte ou acervo histórico-cultural”, pontua Ana Motta.
Serviço:
Projeto “Suas Memórias no Museu do Colono”
Quando: de 20 de novembro a 20 de dezembro
Para realizar o empréstimo do material, é necessário agendar uma reunião com a museóloga pelos seguintes canais:
- Telefone: (27) 3266-1250
- WhatsApp: (27) 99902-1626
- E-mail: [email protected]