JAGUARÉ: Depois de dois anos de safras massacradas pela estiagem o produtor consegue encher os olhos com a Safra 2018 do Café Conilon. Boa parte das lavouras de café do Município estão bem carregadas e fortes. Porém os pés de café carregados não significará alívio para aqueles que amarguraram até 80% de perda nos anos anteriores. O alto custo da produção, aliado a um preço que remonta há seis anos atrás, leva a muito produtor acreditar que está quase pagando para produzir café.
Porém este pensamento não está muito longe da realidade… e não é choro de produtor rural, ou de cafeicultor.. é matemática. Após inúmeras pesquisas, com o IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, CCCV- Centro do Comércio do Café de Vitória, a CNA-Confederação Nacional da Agricultura, e inúmeras cooperativas e grupos de pesquisa chega-se ao um número alarmante, que aponta que muito produtor realmente está próximo do luro zero, ou até mesmo pagando para trabalhar.
Este grande custo de produção está associado a uma série de fatores desfavoráveis aos produtores rurais. É o que explica o agrônomo Luís Carlos Brioschi, onde destaca a elevação dos insumos a preços nunca vistos, como no caso do adubo. Também cita a elevação do custo da energia elétrica e dos combustíveis. “Associado a isso tudo temos um dólar valorizado e o preço da saca de café só caindo. Tá muito complicado para o produtor rural”- comenta.
Do outro lado da balança, os corretores de café vem relatando nos últimos meses um mercado estático, sem grandes oscilações, ou motivações que tenham impulsionado a elevação dos preços.
Custo de Produção
De acordo com o levantamento, de modo geral, um produtor que tiver uma produtividade de 50 sacas/hectare terá um custo médio de produção oscilando em R$ 250,00 – R$ 255,00. Se considerarmos que a saca abriu a semana a R$ 260,00, significa sobrar R$ 10,00 por saca para cobrir despesas de safras, ou em bancos.
Já o site do da Confederação nacional da Agricultura traz este custo de produção em R$ 300,00, sendo referência a cidade de Brejetuba. Em Luís Eduardo Magalhães-BA este custo fica em R$ 271,26.
Estes números tornam-se alarmantes, se considerarmos que, de acordo com o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural- Incaper
O Espírito Santo é o maior produtor de café Conilon do Pais, respondendo por até 75% da produção nacional. Isso significa uma representação de 20% da produção mundial.
São mais de 280 mil hectares, com 40 mil propriedades rurais. Onde a produtividade média está em 35 sacas por hectares, porém com uma média em propriedades que aplicam as novas tecnologias (e clima favorável), beirando as 80 sacas.