Na manhã desta terça-feira (26), o Comitê de Análise de Óbitos decorrentes de Acidentes de Trabalho no Espírito Santo esteve reunido para traçar um panorama dos acidentes de trabalho graves ocorridos nos últimos anos. Somente em 2018, foram analisados 432 acidentes de trabalho graves com 96 mortes.
Os dados foram apresentados pela técnica do Núcleo Especial de Vigilância em Saúde do Trabalhador (Nevisat), Thaís Dadalto, que destacou que as principais causas de acidentes de trabalho envolvem profissionais autônomos, principalmente da construção civil, motorista de carga e profissionais da extração de minerais não metálicos.
Thaís Dadalto informou que esses números podem ser ainda maiores, pois há muita subnotificação. Também há uma dificuldade, no ato da informação, do notificante especificar a Classificação Internacional de Doenças (CID) do acidente. “É preciso melhorar a qualidade das informações”, alerta.
De acordo com a técnica, as informações são colhidas através de informações de veículos de comunicação (jornais), pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), Sistemas de Informação de Mortalidade (SIM); Notifique Aqui (formulário do site da SESA); Delegacia Especializada em Acidentes de Trabalho (Deat); Polícia Rodoviária Federal (PRF); e pela Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp).
Trabalho educativo
Segundo a chefe do Núcleo Especial de Vigilância em Saúde do Trabalhador da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), Liliane Graça Santana, entre os anos de 2014 e 2017, foram registrados um total de 58.752 acidentes de trabalho. Destes, 283 resultaram em mortes.
Ela ressaltou que tem sido realizado um trabalho educativo com as empresas no intuito de orientar sobre as medidas de segurança, evitar novos acidentes e, caso eles ocorram, a forma correta de notificar ao Estado.
“Estamos fazendo um trabalho educativo com as empresas. Criamos um termo de obrigações a cumprir que é assinado por elas e, assim que assinado, elas começam a cumpri-lo dentro dos prazos estabelecidos. Na maioria das vezes as empresas adotam as medidas recomendadas, não sendo necessário aplicar multa ou encaminhar denúncia a outros órgãos como o ministério público do trabalho”, disse.