JAGUARÉ: As sementes da ES8152 Conquista’, cultivar melhorada de café conilon propagada por semente também já foram distribuídas em solo Jaguarense. Por meio do Jornal O Conilon foram distribuídos cinco quilos da cultivar à entidades da Cidade para o direcionamento a viveiristas de todo o Município.
As sementes foram entregues nesta terça-feira, 25.08. Receberam as sementes representantes do Sindicato Rural de Jaguaré, ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Jaguaré e a Secretaria Municipal de Agricultura.
As sementes foram entregues ao Jornal O Conilon no início do mês durante visita da reportagem à Fazenda Experimental do Incaper em Marilândia, o berço do café Conilon no Espírito Santo. Na ocasião, os técnicos da entidade reforçaram a importância do produtor rural sempre ter acesso às mais diversas tecnologias para garantir produtividade e qualidade.
E o produtor rural deve estar preparado, pois muitas novidades no setor da cafeicultura serão anunciadas nos próximos meses pela Fazenda do Incaper em Marilândia. Novidades que devem revolucionar do preparo das mudas, ao plantio e o desenvolvimento da planta.
A Fazenda Experimental do Incaper em Marilândia é a principal base de pesquisa e transferência de tecnologia em café conilon no Espírito Santo e no Brasil. Possui experimentos nas diferentes áreas de conhecimentos agronômicos ligadas ao café conilon, jardins clonais, viveiros para produção de mudas clonais, unidades para processamento de pós-colheita de café, campo de produção de sementes e um banco de germoplasma, sendo o único no país da espécie Coffea canephora. Além de aptidão para o desenvolvimento de pesquisas em cafeicultura de conilon, apresenta aptidão em fruticultura tropical. Participaram desta visita o jornalista Weberton Zordan Thomaz do Jornal O Conilon, o agrônomo Carlos Luiz Brioschi, o vereador de Marilândia Cimá Fubá que intermediou a visita, do chefe da Fazenda Experimental de Marilândia o engenheiro agrônomo Marcone Comércio e o pesquisador Paulo Sérgio Volpi, o Paulinho do Incaper.
Sobre a cultivar Conquista
Dentre as principais características da nova cultivar está sua ampla base genética. Enquanto uma variedade clonal é normalmente formada por 9 a 14 clones, esta cultivar reúne 56 genótipos diferentes (clones e híbridos). A produtividade é de 74 sacas por hectare em condições normais de cultivo, o que a torna 47% mais produtiva que a Robusta Tropical, primeira cultivar propagada por semente, lançada pelo Incaper em 2000.
Rústica, a cultivar Conquista se adapta aos ambientes quentes do Espírito Santo. Suporta bem as altas temperaturas e a insolação. A planta é vigorosa, mais tolerante à seca, e apresenta moderada resistência à ferrugem (principal doença do café). O tamanho do grão é de médio a grande, e a qualidade da bebida foi considerada superior, conforme classificação mundial, pois apresentou mais de 80 pontos.
“Durante muitos anos, o cafeicultor capixaba buscava aumentar sua produtividade. Por isso, o Incaper direcionou suas pesquisas para a seleção de materiais através de plantas assexuadas, que são as variedades clonais, bastante produtivas. As variedades seminais são alternativas adequadas para atender à demanda dos produtores por plantas mais resistentes à seca e mais produtivas”, explicou o pesquisador do Incaper e coordenador técnico de cafeicultura do Instituto, Abraão Carlos Verdin Filho.
Sobre a cafeicultura capixaba
Nos últimos anos, a cafeicultura capixaba cresceu em quantidade (produtividade) e qualidade. O Estado é o segundo maior produtor de café do País: responde por mais de 27% da produção nacional. É o maior produtor de conilon do Brasil, responsável por cerca de 20% do café robusta de todo o mundo. A cafeicultura é a principal atividade agrícola do Espírito Santo: representa 37,48% do Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBPA), envolve cerca de 78 mil famílias distribuídas em aproximadamente 40 mil propriedades em 77 municípios capixabas.
De acordo com o último levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção estimada total de café para o Estado em 2020 será de 14,7 milhões de sacas. Deste total, a projeção é de 1,5 milhão de sacas de cafés superiores. A produção de cafés especiais acima de 80 pontos está estimada em 300 mil sacas beneficiadas.
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