Por Camilo Pinheiro Machado — Nova York, Estados Unidos – O Comitê Olímpico Internacional promoveu nesta terça-feira, na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, o COI Women and Sport Trophy, que premia entidades e pessoas que contribuem em favor das mulheres na luta pela igualdade de gênero no esporte. A brasileira Marta, seis vezes eleita a melhor jogadora de futebol do mundo, é embaixadora da ONU e participou da cerimônia. Entregou prêmios, fez um discurso emocionado e saiu como símbolo da causa. Ao GloboEsporte.com (veja no vídeo abaixo), ela ressaltou que não quer ser apenas referência.
“É importante a gente estar sempre buscando algo positivo para motivá-las. Não quero ser a única no esporte a ter vencido, a conquistar alguma coisa. Quero ser lembrada, sim, como uma das que lutaram, chegaram lá e incentivaram tantas outras a alcançar os objetivos”
Marta é uma das cinco embaixadoras da ONU Mulheres, a única ligada ao esporte. Frequentemente, a craque brasileira participa de ações da organização que visam desenvolver o esporte para meninas com dificuldades de acesso a cultura, educação e saúde ao redor do mundo
– Me sinto privilegiada por fazer parte desse projeto da ONU, me tornar embaixadora da ONU Mulheres e não só levar essa causa das mulheres brasileiras, mas também do mundo inteiro e usar o esporte para que a gente possa combater a desigualdade. E sem agredir, só usando meu trabalho, minha história, minha superação para que eu possa inspirar essas meninas. Quando se tem uma mensagem positiva, ela tem que ser multiplicada cada vez mais.
A camisa 10 da seleção brasileira reconhece e reitera que a luta ainda é longa. Por igualdade de condições, estrutura, reconhecimento, visibilidade. Admite que ela ainda é um caso raro de sucesso no esporte feminino do Brasil. E por isso quer ter voz.
As opções são muito menores do que no esporte masculino, principalmente a parte financeira. O abismo que é o lado financeiro de uma carreira masculina pra uma carreira feminina existe. Então são várias fases que a gente tem que combater constantemente, o preconceito, até assédio sexual, para seguir em frente e realizar o sonho da sua família e ter uma situação financeira boa.
“São tantas batalhas que a gente tem que fazer e vencer constantemente, então é por isso que eu estou aqui, porque não é só sobre vencer, é mostrar que a gente pode mudar e fazer com que as próximas gerações de meninas tenham condições melhores em uma carreira profissional, em todos os sentidos”